VIDA NA ESCOLA

Futurista revelou os cenários para buscas, uso de dados e big techs

A americana Amy Webb, CEO da Future Today Institute, revelou os cenários para o futuro de buscas, uso de dados e big techs no South By Southwest (SXSW), festival de inovação, cinema e música que aconteceu entre os dias 10 e 18 de março em Austin, Texas.

A Inteligência Artificial abre o relatório de Webb e é apontada como uma mudança que vai impactar todas as indústrias em pouco tempo. Apesar disso, Amy não deixou de lado temas quase esquecidos com a ascensão do ChatGPT, como Metaverso e Web3.

Confira o que pode mudar na internet caso as tendências se concretizem, mas fica o alerta da própria futurista: “Não tem como prever o futuro, meu trabalho é me preparar para o que pode vir”.

1 - É a internet que busca você

Segundo Amy, há muitos anos os usuários da web geram dados sobre seus comportamentos e preferências, desde redes sociais como MySpace e canais como o iTunes, o que criou uma demanda por “dados sobre outros dados” das pessoas ou, os metadados.

Com o passar dos anos, canais como Reddit, Wikipedia e YouTube, além das próprias redes sociais, tornaram a geração de conteúdo e informação pelo público algo ainda mais comum. A futurista aponta que isso gerou um novo tipo de trabalho, o de criador de conteúdo. Amy Webb diz que, nesse trajeto, a internet está se transformando em algo diferente, deixando de ser passiva na interação com o usuário e passando a buscar por ele.

Se antes eram os usuários que buscavam por um conteúdo, hoje esse usuário é “procurado” por um conteúdo que foi gerado para ele, com suas preferência, de acordo com os dados colhidos durante todos esses anos.

2 - Tudo é informação: a evolução da IA vai mudar a forma de uso de dados

Com a evolução das ferramentas de IA, vai ser mais fácil que as empresas tenham ainda mais informação sobre o usuário na web. Não apenas seus hábitos de navegação, mas também sobre questões mais íntimas. A palestrante mostra cenários otimistas e catastróficos sobre cada ponto.

O que Amy aponta é o risco de, no pior cenário, essa mineração de dados ser tão agressiva que isso possa significar o fim da busca por informação, mas sem nunca recebermos o que de fato queremos, já que a IA acredita já saber tudo sobre nós. Em um dos cenários catastróficos apontados pela futurista, ela imagina que os sistemas não vão mais deixar você escolher o que quer, ele sempre vai fazer recomendações baseadas nos seus dados.

3 - E como ficam as Big Techs?

Outro dos cenários trazidos pela apresentadora foi a questão das grandes empresas de tecnologia, como Google e Amazon, que hoje centralizam a infraestrutura para o desenvolvimento das ferramentas e plataformas.

Uma estrutura tecnológica para trabalhar com IA demanda processamento poderoso e, para o armazenamento de dados, uma arquitetura em nuvem robusta, que poucas organizações têm condições de suportar. Segundo Amy Webb, essas empresas ainda estão desenvolvendo melhores soluções para tornar mais barato trabalhar com esse tipo de tecnologia, o que permitiria o uso disseminado das tecnologias, mas manteria o monopólio das big techs. Ela conta que hoje uma consulta ao ChatGPT ainda é sete vezes mais custosa que uma busca no Google.

4 - Modelo educacional não adaptado às ferramentas de IA

Para avançar no uso de Inteligência Artificial, Amy acredita na necessidade de adaptar o modelo educacional às novas ferramentas já em escolas, atuando na formação de profissionais adaptados à nova realidade do mercado.

Com o surgimento do ChatGPT, já é comum que algumas escolas nos Estados Unidos estejam vetando o uso da ferramenta. Algumas universidades e empresas também estão aderindo ao movimento de veto e a futurista discorda dessa abordagem. Para ela, usar de forma apropriada as ferramentas é difícil e teremos profissionais pouco adaptados no futuro com essa visão.

desenvolvimento de software
Andre Kischinevsky

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