Sempre me surpreende a forma branda da cultura brasileira tratar a cola e o plágio. A maioria de nós foi educado em escolas que resolviam o assunto com uma breve repreensão do professor. Em rodas de amigos, mesmo depois de adultos, muitos contam vantagem sobre como colaram durante a vida acadêmica. Alguns até acreditam no ditado popular “quem não cola não sai da escola“.
A cola e o plágio são uma traição com os colegas que se esforçaram. O aluno que cola recebe um diploma sem merecer, desmerecendo e desvalorizando o diploma daqueles que aprenderam.
Plagiarism or falsification of research results will ordinarily result in requirement to withdraw from the Graduate School. – Harvard Graduate School | Student Handbook
Por que é importante punir com severidade?
Em muitos casos a instituição não será capaz de descobrir o plágio. Então, é preciso dureza nos casos verificados, para que o plágio não compense. O aluno que está considerando plagiar precisa saber que a punição será dura se for descoberto. O melhor é ter alunos que evitam o plágio pela boa formação ética, mas, se isso não for suficiente, que evitem pelo medo de uma punição severa.
Há uma enorme tentação para a leniência. O que ganha o professor ao reportar um caso de plágio? O que ganha a Escola ao desligar um aluno? Todos ganham uma grande dor de cabeça. Nossa sociedade, acostumada com a impunidade e o jeitinho, se ressente mais da punição ao aluno do que do mal disperso, causado pelo aluno à comunidade. Mas, se não tratarmos o assunto com seriedade, qual será o valor do diploma de nossos alunos?
A punição ao aluno que comete plágio deve ser, por padrão, o desligamento da instituição. Se for primário em seu erro e com um bom histórico, pode ter a penalidade comutada pela reprovação na disciplina ou no bloco. Mas a escolha de penas menos severas deve ser feita com parcimônia.
O papel da direção da Escola deve ser o zelo pelo valor do diploma.
Para nós, do Instituto Infnet, é sempre com enorme tristeza que analisamos estes casos. Mas apenas agindo com firmeza é possível criar uma cultura alinhada aos valores que acreditamos e defendemos.
Hoje, já temos um código disciplinar severo. Em breve, vamos reformá-lo, com a participação da comunidade através do Conselho Superior, para torná-lo ainda mais rígido nessas situações. A mensagem precisa ser dura e inequívoca: não cole, não plagie.
